domingo, 10 de agosto de 2008

in-sen-sí-vel.

Embora eu (sobre)viva sob uma armadura - ou mesmo um escafandro, desses que permitem mergulhar fundo, fundo -, não posso admitir que me chamem de insensível. eu sinto. sinto não sentir, sinto sentir, mas nunca, JAMAIS, não sinto sentir. eu sinto. sinto muito. não tenho o lirismo de caio fernando, clarice lispector. não tenho lido sentimentalismos, mas posso dizer que lido com tais. Ao contrário, tenho skiado nas páginas de leminski e bukowski. os loucos incompreendidos. querem sensibilidade assim, descarada ? oras, já é agosto.

tenho tanto o que falar. tanto do ano que se passou desde que "comecei" com essa brincadeira de escrever pra todo mundo ler, tanto do último mês, dos últimos dias, das últimas horas, até dos últimos segundos - que por serem segundos, não são primeiros. Muda. MUDA. já não posto o que escrevo e provavelmente isso só vire post para eu me surpreender comigo mesma. esperar ser surpreendida pelos outros só tem me dado um resultado único e decepcionante: todo mundo é previsível. já calculo cada passo, de cada pessoa. é tudo tão óbvio quanto eu saber que a cada manhã às 6:00 meu despertador vai me acordar ao som de los hermanos, que vou dormir 10 minutinhos a mais, que vou sair de casa em cima da hora e ouvir reclamação da minha mãe pelo horário, que vou ter vontade de passar no mc donalds tomar um café de 400 mL (bendito seja), que vou desistir da idéia para não chegar atrasada na aula. e, depois disso, eu já sinto que vou desistir de todas (ou quase) as boas idéias que tenho. sinto muito.